Visitinhas

terça-feira, 10 de setembro de 2013

"Coração.."

- E quem diria que o coração, esse órgão tão pequeno, consegue guardar tanto sentimento? Costumo dizer que o coração é o porta-jóias do corpo humano. A gente vai enchendo ele de coisinhas bonitas. De jóias que a vida nos dá de presente. De momentos que a gente tem vontade de reviver. E o meu pobre coração que é do tamanho do meu punho fechado, expande-se cada vez mais. Quando eu acho que não cabe mais nada, vem alguém simples, que sorri bonito e arranja um espacinho pra ficar. Eu não sei despedir ninguém, todos ficam guardados aqui pra sempre… E às vezes ele acumula tanta coisa que incha. E dói. E eu acho que ele vai subir pela garganta e sair pela boca. Que nada! Ele sempre mantêm-se firme e forte do lado esquerdo do peito. O coração da gente estica, cresce, incha mas não arrebenta!

- Qualquer esquecer é temporário.

- Você pode esquecer as chaves do carro, esquecer de pagar uma conta, você pode esquecer até de buscar seu irmão mais novo na escola. Mas uma hora ou outra, você vai acabar lembrando que esqueceu. Vai dar por falta, vai voltar pra buscar. Por isso, eu acredito que esquecer alguém talvez não seja possível, isso nunca vai acontecer. Você pode esquecer durante uma conversa, ou enquanto faz uma prova importante, você pode esquecer quando estiver beijando outra pessoa… Mas depois, minutos, horas ou anos depois, alguma coisa vai te fazer lembrar. A vontade pode diminuir, as piadas que antes pareciam engraçadas, podem não ser mais. A saudade pode desaparecer como se nunca tivesse existido. Esquecer? Esquecer não dá, não se pode esquecer o que já conheceu, já sentiu, ou gostou. Entende o que eu quero dizer? Todo esquecer é temporário, ele só dura até se lembrar outra vez.

- ~.~~

Eu queria te contar que agora não dói mais. Só que agora não importa tanto o que você vai pensar sobre isso. Queria que você soubesse que já vi nossos filmes milhares de vezes e nem chorei. Ok, chorei. Mas pelo filme, e não por você. Queria que você soubesse que tirei a poeira das nossas músicas, e que as ouço quase todos os dias. Porque elas me faziam mais falta do que você fez. Os nossos lugares não são mais nossos. Eu já voltei lá com outras pessoas, e escrevi lá outras histórias… Eu estou aprendendo a tocar violão. E a primeira música que toquei foi aquela música que era uma espécie de hino pra nós dois. Ela é tão linda… E sim, ela continua sendo muito nossa e lembrando demais você. Mas ainda sim, não dói. Você não pergunta essas coisas, mas sei que gostaria de saber. Porque te conheço. E isso não mudou. Do mesmo jeito que adivinhei as coisas ruins que você aprontaria, eu sei as coisas boas que ficaram aí em você e te fazem lembrar de mim. Porque a vida segue. Mas o que foi bonito fica com toda a força. Mesmo que a gente tente apagar com outras coisas bonitas ou leves, certos momentos nem o tempo apaga. E a gente lembra. E já não dói mais. Mas dá saudade. Uma saudade que faz os olhos brilharem por alguns segundos e um sorriso escapar volta e meia, quando a cabeça insiste em trazer a tona, o que o coração vive tentando deixar pra trás.